Teresa Viana é artista convidada para o próximo Programa de
Exposições do
Centro Cultural São Paulo
A
partir de14 de novembro, no Centro Cultural São Paulo, a artista expõe sua
produção dos últimos três anos.
A
mostra reúne 21 telas e um série de peças tridimensionais inéditas.
Abertura: 14 de novembro, sábado, às 15h
Visitação de 16 de novembro de 2015 a 06 de
março de 2016
Remanescer, erguer, habitar
Egressa da geração 90, conhecida como a
do objeto, a carioca radicada em São Paulo, Teresa Viana, é a próxima convidada da III
Mostra do Programa de Exposições 2015, do Centro Cultural São Paulo, no ano de
seu 25º aniversário. A artista apresentara a sua produção mais recente, paralelo as individuais simultâneas dos artistas selecionados.
Para
Mario Gioia, que
escreve o texto crítico da mostra, “Teresa Viana lida novamente com a atração e
a repulsa, a exibição ostensiva e o ocultamento, o aveludar e o crispar, entre
outros vetores poéticos, dentro da sua obra pictórica”, escreve.
E
ainda “as novidades mais evidentes são a apresentação de trabalhos
tridimensionais, mesmo que estejam completamente ligados a uma idéia de pintura
expandida, e o esboço de uma verve mais figurativa, por mais que tal âmbito
seja mais sugerido e tracejado, mas que não ganhe uma configuração completa
nesses termos”, conta Gioia.
Suas
pinturas, conhecidas pelas espessas camadas de tinta (encáustica e tinta a óleo
sobre tela) em cores fortes, vibrantes e contrastantes, são de
grande impacto visual.
Elas
lançam o espectador num universo sensorial vertiginoso, que produz uma atração
pela sedução das cores e, ao mesmo tempo, uma repulsa pelo excesso de matéria
pictórica e sua aparente incoerência.
A
pintura é estruturada pelas relações cromáticas, construídas pela intuição e
pela sensação física. As cores conjugam a tridimensionalidade
real das massas de tinta com a virtualidade da cor – dando ao trabalho um
caráter escultórico e, assim, expandindo o espaço pictórico.
Ela estimula uma visão tátil, sinestésica, propondo
uma apreensão física do real, afirmando assim a importância do corpo na
contemporaneidade.
Nesta
exposição se poderá ver o desdobramento do processo do trabalho da artista nos
últimos três anos. A principal mudança em sua pintura consiste na desconstrução
da totalidade do espaço pictórico. As cores passam a estar lado a lado sem um
nexo evidente ao invés de buscar uma unidade, como acontecia anteriormente.
Assim
como no díptico mais recente, de grande
escala, coloca em crise visadas mais estanques a respeito da obra. Nele a tela
revela mais a superfície, talvez uma proximidade maior com o desenho levemente
depositado em seu momento inicial, e a escolha de não preencher obsessivamente.
O gesto recolhido irá, depois, transmutar-se e tornar-se acúmulo nas extremidades
do quadro.
A exposição contará com uma série de pinturas sobre tela, na sua maioria, de generosas proporções, mas há também as de pequenas dimensões,
realizadas entre 2013 e 2015. E uma série de peças tridimensionais em pequenas dimensões. A
mostra apresentará um recorte da sua produção recente, realizada nos últimos 3 anos.
Serão 5 telas em grandes dimensões (2.20 x
3.60 m, 2.00 x 3.00 m, 1.60 x 4.40 m e 1.60 x 2.20 m), 16 telas pequenas (3 - 0.50
x 0.40 m, 6 - 0.40 x 0.30 m, 5 - 0.20 x 0.25 m e 4 - 0.24 x 0.18 m) e uma serie de fragmentos pictóricos
tridimensionais que variam entre 0,12 x 0,17 x 0,11 m e 0.50 x 0.20 x 0.15
m.
As peças tridimensionais
que serão mostradas, são fragmentos da pintura que a artista no seu processo de
trabalho retirou das telas. São pedaços de pinturas maciças, que chegam a ter 0.50 x 0.20 x 0.15 m, e mostram as camadas de
cores que constituem a tridimensionalidade da sua pintura.
*release realizado com informações do texto de apresentação
do jornalista e curador, Mario Gioia. Veja texto completo abaixo.
TERESA VIANA
A
primeira exposição individual de Teresa Viana foi exatamente neste programa do
Centro Cultural São Paulo, em 1994, momento em que seu trabalho começou a
ganhar destaque no circuito das artes plásticas contemporânea. Com mais de 20 anos de carreira, a carioca radicada em São
Paulo pertence à chamada Geração 90.
Em 2001, lhe foi concedida
uma bolsa de pesquisa pela The
Pollock-krasner Foundation, EUA. Em 1999, esteve entre os convidados do Panorama de Arte Brasileira do MAM–SP e participou da exposição Pintura
Anos 90, ambas com curadoria de Tadeu Chiarelli; ganhou o Prêmio Projéteis Funarte de Arte
Contemporânea 2007/2008 (Rio de Janeiro, 2008).
Sua trajetória inclui participação em mostras coletivas e
individuais de importantes
instituições e museus como: MAM-SP, MAC-SP, MAC-Niterói (RJ), MAM–Recife, MAC-Ceará, Pinacoteca do Estado de SP, Centro Universitário Maria Antonia-USP, Paco das Artes de SP, Sesc Pompéia–SP, Funarte RJ, entre outros. Suas obras estão presentes em
importantes coleções públicas e privadas, tais como as do MAC-SP, do MAM-SP, do MAB-FAAP, entre outras.
Expôs em galerias de arte
como: Galeria Nara Roesler em SP, Galeria Baró-Senna em SP, Galeria Virgilio em
SP, entre outras. E esteve presente em feiras de arte, SP-arte,
Arco-Madri, Art Miami e Fair, ArtBA.
Foi convidada a participar de
exposições por curadores e tem textos críticos publicados por Tadeu Chiarelli,
Taisa Palhares, Afonso Luz, Juliana Monachesi, Maria Alice Milliet, Ana
Magalhães, Maria Izabel Branco Ribeiro, Stella Teixeira de Barros, Ricardo
Resende, Jose Bento e Nancy Betts. No site da artista, mais detalhes sobre sua
trajetória - www.teresaviana.com.br
SERVIÇO:
EXPOSIÇÃO TERESA VIANA
Local – Centro Cultural São Paulo - Piso Caio Graco
Rua Vergueiro, 1000 - Paraíso, São Paulo - SP, 01504-000
Quando - 14/11/2015 a 06/03/16
Vernissage –
14/11/2015 – 15:00
Horário - terça a sexta, das 10h às 20h;
sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h | Entrada Gratuita
Assessoria de Imprensa: Solange Viana | t. (11) 4777.0234 | solange.viana@uol.com.br | HTTP://solangeviana.blogspot.com | @solangeviana
Remanescer, erguer,
habitar
Em nova individual no CCSP (Centro Cultural São Paulo) como
artista convidada, Teresa Viana lida novamente com a atração e a repulsa, a
exibição ostensiva e o ocultamento, o aveludar e o crispar, entre outros
vetores poéticos, dentro da sua obra pictórica. Egressa da geração 90,
conhecida como a do objeto, a carioca radicada em SP desenvolve, contudo,
outros desdobramentos, projeções e feituras dentro de persistente processo
artístico.
As novidades mais evidentes são a apresentação de trabalhos
tridimensionais, mesmo que estejam completamente ligados a uma idéia de pintura
expandida, e o esboço de uma verve mais figurativa, por mais que tal âmbito
seja mais sugerido e tracejado, mas que não ganhe uma configuração completa
nesses termos.
Nesse sentido, uma pintura de generosas proporções é central
no recorte. Do chassi hoje em predominante azul é de onde se despedaçaram os
fragmentos agora eleitos como peças tridimensionais, experimentos de cor que se
desprenderam da tela por conta de acidentes durante o emprego da encáustica por
conta da artista. Guardados no ateliê por anos, ganham ‘vida’ como obras
autônomas. Ajudam a conferir vigor ao conjunto total, reforçando a estranheza
da produção e agregando um caráter de descontrole vívido na investigação
plástica e de conceitos de Viana. Cacos descartados que então se abrem para
leituras abertas, ainda mais na disposição expográfica da instituição, um dos
espaços arquitetônicos mais interessantes da cidade e efetivamente democrático
em sua freqüência.
Já um díptico, mais recente e também de boa escala, ao mesmo
tempo ajuda e coloca em crise visadas mais estanques a respeito da obra. Com um
laranja mais relevante na composição, a tela revela mais a superfície, talvez
uma proximidade maior com o desenho levemente depositado em seu momento
inicial, e a escolha de não preencher obsessivamente. O gesto recolhido irá,
depois, transmutar-se e tornar-se acúmulo nas extremidades do quadro.
Uma senhora, uma fonte d’água, um coelho, um rosto. O
conjunto de pequenas pinturas se abre a interpretações figurativas com
multiplicidade, mas sem definições fechadas. Esse enigma contido em cada mínimo
sketch de Viana dá ao observador um
senso de liberdade efetiva. O cromatismo habilmente construído pela artista
pode seduzir, porém a gestualidade algo disforme e as ‘bolotas’ que se avolumam
sobre a superfície também podem afastar. Nesse jogo de aproximação e
distanciamento, o público ainda pode se inebriar com o odor que não se esvai
dessa matéria, pulsante e, assim, tanto objeto de convulsão como de opacidade.
Mario Gioia