quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Centro Cultural São Paulo apresenta Teresa Viana como artista convidada para sua tradicional Mostra


Teresa Viana é artista convidada para o próximo Programa de Exposições do
Centro Cultural São Paulo

A partir de14 de novembro, no Centro Cultural São Paulo, a artista expõe sua produção dos últimos três anos.
A mostra reúne 21 telas e um série de peças tridimensionais inéditas.

Abertura: 14 de novembro, sábado, às 15h
Visitação de 16 de novembro de 2015 a 06 de março de 2016

Remanescer, erguer, habitar

Egressa da geração 90, conhecida como a do objeto, a carioca radicada em São Paulo, Teresa Viana, é a próxima convidada da III Mostra do Programa de Exposições 2015, do Centro Cultural São Paulo, no ano de seu 25º aniversário. A artista apresentara a sua produção mais recente, paralelo as individuais simultâneas dos artistas selecionados.

Para Mario Gioia, que escreve o texto crítico da mostra, “Teresa Viana lida novamente com a atração e a repulsa, a exibição ostensiva e o ocultamento, o aveludar e o crispar, entre outros vetores poéticos, dentro da sua obra pictórica”, escreve.

E ainda “as novidades mais evidentes são a apresentação de trabalhos tridimensionais, mesmo que estejam completamente ligados a uma idéia de pintura expandida, e o esboço de uma verve mais figurativa, por mais que tal âmbito seja mais sugerido e tracejado, mas que não ganhe uma configuração completa nesses termos”, conta Gioia.
Suas pinturas, conhecidas pelas espessas camadas de tinta (encáustica e tinta a óleo sobre tela) em cores fortes, vibrantes e contrastantes, são de grande impacto visual.


Elas lançam o espectador num universo sensorial vertiginoso, que produz uma atração pela sedução das cores e, ao mesmo tempo, uma repulsa pelo excesso de matéria pictórica e sua aparente incoerência.

A pintura é estruturada pelas relações cromáticas, construídas pela intuição e pela sensação física. As cores conjugam a tridimensionalidade real das massas de tinta com a virtualidade da cor – dando ao trabalho um caráter escultórico e, assim, expandindo o espaço pictórico.

Ela estimula uma visão tátil, sinestésica, propondo uma apreensão física do real, afirmando assim a importância do corpo na contemporaneidade.

Nesta exposição se poderá ver o desdobramento do processo do trabalho da artista nos últimos três anos. A principal mudança em sua pintura consiste na desconstrução da totalidade do espaço pictórico. As cores passam a estar lado a lado sem um nexo evidente ao invés de buscar uma unidade, como acontecia anteriormente.

Assim como no díptico mais recente, de grande escala, coloca em crise visadas mais estanques a respeito da obra. Nele a tela revela mais a superfície, talvez uma proximidade maior com o desenho levemente depositado em seu momento inicial, e a escolha de não preencher obsessivamente. O gesto recolhido irá, depois, transmutar-se e tornar-se acúmulo nas extremidades do quadro.

A exposição contará com uma série de pinturas sobre tela, na sua maioria, de generosas proporções, mas há também as de pequenas dimensões, realizadas entre 2013 e 2015. E uma série de peças tridimensionais em pequenas dimensões. A mostra apresentará um recorte da sua produção recente, realizada nos últimos 3 anos.

Serão 5 telas em grandes dimensões (2.20 x 3.60 m, 2.00 x 3.00 m, 1.60 x 4.40 m e 1.60 x 2.20 m), 16 telas  pequenas (3 - 0.50 x 0.40 m, 6 - 0.40 x 0.30 m, 5 - 0.20 x 0.25 m e 4 - 0.24 x 0.18 m) e uma serie de fragmentos pictóricos tridimensionais que variam entre 0,12 x 0,17 x 0,11 m e 0.50 x 0.20 x 0.15 m.


As peças tridimensionais que serão mostradas, são fragmentos da pintura que a artista no seu processo de trabalho retirou das telas. São pedaços de pinturas maciças, que chegam a ter 0.50 x 0.20 x 0.15 m, e mostram as camadas de cores que constituem a tridimensionalidade da sua pintura.

*release realizado com informações do texto de apresentação do jornalista e curador, Mario Gioia. Veja texto completo abaixo.

TERESA VIANA
A primeira exposição individual de Teresa Viana foi exatamente neste programa do Centro Cultural São Paulo, em 1994, momento em que seu trabalho começou a ganhar destaque no circuito das artes plásticas contemporânea. Com mais de 20 anos de carreira, a carioca radicada em São Paulo pertence à chamada Geração 90.

Em 2001, lhe foi concedida uma bolsa de pesquisa pela The Pollock-krasner Foundation, EUA. Em 1999, esteve entre os convidados do Panorama de Arte Brasileira do MAM–SP e participou da exposição Pintura Anos 90, ambas com curadoria de Tadeu Chiarelli; ganhou o Prêmio Projéteis Funarte de Arte Contemporânea 2007/2008 (Rio de Janeiro, 2008).

Sua trajetória inclui participação em mostras coletivas e individuais de importantes instituições e museus como: MAM-SP, MAC-SP, MAC-Niterói (RJ), MAM–Recife, MAC-Ceará, Pinacoteca do Estado de SP, Centro Universitário Maria Antonia-USP, Paco das Artes de SP, Sesc Pompéia–SP, Funarte RJ, entre outros. Suas obras estão presentes em importantes coleções públicas e privadas, tais como as do MAC-SP, do MAM-SP, do MAB-FAAP, entre outras.

Expôs em galerias de arte como: Galeria Nara Roesler em SP, Galeria Baró-Senna em SP, Galeria Virgilio em SP, entre outras. E esteve presente em feiras de arte, SP-arte, Arco-Madri,  Art Miami e Fair, ArtBA.

Foi convidada a participar de exposições por curadores e tem textos críticos publicados por Tadeu Chiarelli, Taisa Palhares, Afonso Luz, Juliana Monachesi, Maria Alice Milliet, Ana Magalhães, Maria Izabel Branco Ribeiro, Stella Teixeira de Barros, Ricardo Resende, Jose Bento e Nancy Betts. No site da artista, mais detalhes sobre sua trajetória - www.teresaviana.com.br

SERVIÇO:
EXPOSIÇÃO TERESA VIANA
Local – Centro Cultural São Paulo - Piso Caio Graco
              Rua Vergueiro, 1000 - Paraíso, São Paulo - SP, 01504-000
Quando - 14/11/2015 a 06/03/16
Vernissage – 14/11/2015 – 15:00
Horário - terça a sexta, das 10h às 20h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h | Entrada Gratuita
Site da artistawww.teresaviana.com.br

Assessoria de Imprensa: Solange Viana | t. (11) 4777.0234 | solange.viana@uol.com.br | HTTP://solangeviana.blogspot.com | @solangeviana



Remanescer, erguer, habitar

Em nova individual no CCSP (Centro Cultural São Paulo) como artista convidada, Teresa Viana lida novamente com a atração e a repulsa, a exibição ostensiva e o ocultamento, o aveludar e o crispar, entre outros vetores poéticos, dentro da sua obra pictórica. Egressa da geração 90, conhecida como a do objeto, a carioca radicada em SP desenvolve, contudo, outros desdobramentos, projeções e feituras dentro de persistente processo artístico.

As novidades mais evidentes são a apresentação de trabalhos tridimensionais, mesmo que estejam completamente ligados a uma idéia de pintura expandida, e o esboço de uma verve mais figurativa, por mais que tal âmbito seja mais sugerido e tracejado, mas que não ganhe uma configuração completa nesses termos.

Nesse sentido, uma pintura de generosas proporções é central no recorte. Do chassi hoje em predominante azul é de onde se despedaçaram os fragmentos agora eleitos como peças tridimensionais, experimentos de cor que se desprenderam da tela por conta de acidentes durante o emprego da encáustica por conta da artista. Guardados no ateliê por anos, ganham ‘vida’ como obras autônomas. Ajudam a conferir vigor ao conjunto total, reforçando a estranheza da produção e agregando um caráter de descontrole vívido na investigação plástica e de conceitos de Viana. Cacos descartados que então se abrem para leituras abertas, ainda mais na disposição expográfica da instituição, um dos espaços arquitetônicos mais interessantes da cidade e efetivamente democrático em sua freqüência.

Já um díptico, mais recente e também de boa escala, ao mesmo tempo ajuda e coloca em crise visadas mais estanques a respeito da obra. Com um laranja mais relevante na composição, a tela revela mais a superfície, talvez uma proximidade maior com o desenho levemente depositado em seu momento inicial, e a escolha de não preencher obsessivamente. O gesto recolhido irá, depois, transmutar-se e tornar-se acúmulo nas extremidades do quadro.

Uma senhora, uma fonte d’água, um coelho, um rosto. O conjunto de pequenas pinturas se abre a interpretações figurativas com multiplicidade, mas sem definições fechadas. Esse enigma contido em cada mínimo sketch de Viana dá ao observador um senso de liberdade efetiva. O cromatismo habilmente construído pela artista pode seduzir, porém a gestualidade algo disforme e as ‘bolotas’ que se avolumam sobre a superfície também podem afastar. Nesse jogo de aproximação e distanciamento, o público ainda pode se inebriar com o odor que não se esvai dessa matéria, pulsante e, assim, tanto objeto de convulsão como de opacidade.

Mario Gioia

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